quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Cogito, ergo sum - Descartes



"Descartes deseja ser o nível da cognição um self-made-man. Ele é o Samuel Smiles do empreendimento cognitivo"
Ernest Gellner


O Seminário que serviu como tema para o 3º bimestre de 2007 do curso de filosofia, foi o apresentado pelo Grupo Cartesius, que tratou da obra "O Discurso Sobre o Método", de René Descartes, também conhecido como Cartesius, que obviamente deu inspiração ao nome do Grupo.
Descartes foi um filósofo, físico e matemática, tendo se notabilizado por ser o inventor do sistema de coordenadas cartesiano, que influenciou o desenvolvimento do Cálculo moderno.
Ele é, para muitos, o fundador da filosofia moderna e pai da matématica moderna. Inspirou gerações de filósofos, desenvolvendo uma filosofia que só seria passada pela metodologia de Newton.
A dúvida foi o pilar do pensamento de Descartes. Ele pretendia fundamentar o conhecimento humano através de bases sólidas. E uma base sólida só seria averiguada após a contestação (dúvida) seguida de um julgamento que o levaria á certeza.
Sinteticamente, se duvidava, pensava, e se pensava , existia. Vem daí o termo "Cogito ergo sum" - "Penso, logo existo". Com isso Descartes anunciava a verdade primeira "eu existo" o que basta para todo desejo de conhecimento.
Seu método cartesiano, consistia portanto, no ceticismo metodológico. Duvidar de cada idéia que possa ser duvidada, a fim de provar que algo existe. Nada pode ser comprovado sem que antes tenha causado dúvida.
O método se baseava na realização de quatro tarefas básicas:
1) A evidência : Verificar possiveis evidências reais sobre o objeto estudado;
2) A análise : Dividir cada umas das dificuldades em quantas parcelas forem possíveis;
3) A síntese : Agrupar novamente as idéias num todo verdadeiro e;
4) A enumeração : de todas as conclusões e princípios estudados, a fim de manter a ordem do pensamento.

Apesar de apresentado de modo claro, o seminário terminou com alguns questionamentos e muitas caras de "O que estão falando?". Enfim foi transmitido com grande estudo.
Esse é Descartes, essa é sua base de pensamento. Tire pois suas conclusões.

EU X NÓS

O nosso mini-seminário deste 3º bimestre foi sobre o egocentrismo, o qual, hoje em dia, faz com que as pessoas pensem muito mais nelas mesmas do que no coletivo; elas esquecem que fazem parte de um universo e que não são o universo em si.
Muitos dos problemas contemporâneos são causados devido ao egocentrismo humano, responsável por provocar, no homem, ganância por poder, por dinheiro, por fama etc.
Não se pode dizer que todos, mas grande parte dos problemas se resolveriam se as pessoas pensassem coletivamente e não individulamente, se elas pensassem no nós e não no eu, apenas.
O sistema capitalista nos acostuma a pensar que, na vida, é cada um por si, pois ninguém está interessado no outro, por isso devemos guiar nossas vidas de acordo com nossos próprios interesses.
Este pensamento deveria ser abolido, mas, infelizmente, já está enraizado na história da humanidade. Entretanto, cada um tem que fazer sua parte e usar seu livre-arbítrio para tentar mudar o rumo de sua trajetória.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Livre Arbítrio ?!?


No dia 16 de agosto, o grupo Douta-Ignorância apresentou como o LIVRE ARBÍTRIO como tema para seu mini-seminário. Algumas coisas chamaram a atenção na apresentação, a meu ver principalmente pela discordância entre tema e modo de apresentação, ou melhor, do debate que se segue ao fim dos seminários.

Definiu-se o livre arbítrio como a “possibilidade de decidir e escolher em função da própria vontade”. Creio que a maioria das pessoas, se não todas elas, pensam exatamente assim. Tema interessante e daria uma bela discussão, visto que o homem decide todos os seus passos, decide dia-a-dia sua vida pelo livre arbítrio que lhe foi concedido (resta saber por quem).

Infelizmente algumas pessoas do grupo pareciam alteradas no fim do seminário e o debate foi interrompido várias vezes quando alguém discordava do que parecia o ponto de vista central do grupo. E interrompidos com rispidez. Contraditório? Parece, não acham? Onde fica o livre arbítrio de opinar e dizer o que pensamos sem sermos ‘polidos’?

Fiquei pensando nisso quando o seminário acabou, enfim... Prova de que nem tudo é livre nesse país, nem mesmo na sala de aula.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Dom de Não Entender

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Admirável Mundo Novo

Segue abaixo um comentário sobre a Utopia de Thomas More, tema do seminário do nosso grupo.

A concepção da ilha de Utopia está toda enraizada em duas idéias: a não existência da propriedade privada é a primeira. A segunda é o alcance dos interesses individuais, entendido como apenas viável, se feito através do preenchimento prévio das necessidades coletivas. Esses conceitos são centrais na obra. Todo os outros elementos do funcionamento tanto dos costumes, quanto da cultura, como do governo são diretamente ligados a esses pontos. O autor vê a propriedade privada como a essência das mazelas do homem. Podemos entender
como propriedade privada a desigualdade material, e se refere muito mais a propriedade privada como vemos hoje, do que à concentração de riquezas por direito de posse, como no caso da nobreza européia tradicional. Da mesma forma, a necessidade de ver a sociedade como um conjunto e de subordinar os interesses individuais aos coletivos são a única maneira de alcançar prosperidade e progresso.

Thomas More escreveu uma obra onde descreve uma sociedade que entende como melhor que aquela onde vivia. Isso todos sabem. O próprio nome da ilha acaba apontando essa concepção geral de que Utopia (que vem do grego, ou-topos: lugar nenhum) é considerada como o local onde se encontraria a sociedade ideal, e sendo ideal, inalcançável. Mas embora o nome da ilha indique que esta exista em um lugar nenhum, ela é situada geograficamente na América, no novo mundo. Ela não é colocada num lugar imaginário, num lugar espiritual, ou num lugar perdido. A ilha existiria no novo continente, sendo então possível fazer a viagem para lá. E é exatamente o que fez Rafael Hitlodeu, o viajante do qual supostamente More ouviu falar da ilha. Por sinal, idoso e sábio, Rafael Hitlodeu representa o rei filósofo de Platão. Essa localização no Novo Mundo está ligada a idéia da esperança de um novo tempo, de uma nova era para o homem, que é o Renascimento e o Humanismo. A descoberta de uma nova terra trazia consigo uma nova chance, isto é, para os insatisfeitos com o mundo europeu, a possibilidade tanto de encontrar uma nova civilização melhor, quanto um novo lugar para experimentar. O Humanismo do autor estava fazendo um grande rompimento com a idade média, não estava interessado na promessa de uma recompensa no além, no espírito, está preocupado com o mundo físico, com o mundo temporal. Um dos maiores méritos do livro Thomas More foi deslocar o Paraíso para o mundo real.

[ suposto mapa de utopia ]

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Normal

Escrevi esse texto há algumas semanas atrás. Acho que as idéias que coloquei nele ilustram e, de alguma forma, complementam o que a Letícia nos trouxe no post anterior. Espero que vocês gostem!

Você é especial e eu também. Sua crise existencial já tive ontem. Também sou o fã número um. E o mundo tampouco me compreende, mesmo sendo feito para nós todos. Todos ciência, equação. Eu e você. Tudo igual. Especial? Sim, isso é normal.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Contradição


Queria deixar aqui uma coisa que a Nathalie comentou quando a gente preparava nosso mini-seminário e achei interessante. Era sobre a tendência das pessoas se mostrarem (ou pelo menos tentarem se mostrar) individuais, diferentes. Parece que está “na moda” querer chamar a atenção pela diferença. Ao mesmo tempo, muitos estudiosos afirmam o inverso: há a solidificação de uma cultura de massas com tendência a padronização de costumes e pensamentos.

Ouvimos na rádio as mesmas músicas que estão no topo da lista de rádios americanas, européias, entre outras. A maioria se veste de maneira particularmente igual: jeans ou roupas e calçados da moda. Seguimos modas lançadas por personagens de novelas e figuras famosas. Grande parte de nossos assuntos do dia-a-dia, como vimos nas aulas de Sociologia, são “pautados” pela mídia. Com a facilidade que aderimos a uma idéia que vemos na TV, também nos livramos dela, a partir do momento que não assistimos mais esse determinado assunto.

Há exceções, mas acredito que muita gente que se sente diferente, no fundo é igual a todo mundo. À medida que estamos cada vez mais iguais, achamos que somos cada vez mais diferentes.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Problemas Técnicos

Olá utópicos que aqui frequentam.

Em nome dos integrantes d'O Olho do Tigre venho escralarecer os motivos pelo nosso sumiço.
Tivemos problemas 'tecnicos', mas já estamos de volta =)

O blog e todo seu conteúdo estão atrasadíssimos. Estará em dia na próxima semana, afinal ainda nem falamos sobre o nosso super seminário do bimestre passado:

"A Utopia" de Thomas More

E modéstia à parte, mandamos MUITO BEM!!!
Deixo a todos um vídeo do professor Paulo Guirardelli sobre o que é filosofia.

Devorem com olhos de tigre!
Até breve

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Muito prazer!


O mini-seminário deste segundo bimestre apresentado pelo grupo Cabeças Bem Feitas, no dia 31 de maio, falou sobre o Prazer. Confesso que foi meu mini-seminário favorito até agora, justamente porque pensei que tal tema não daria tanto pano pra manga. Estava errada: Passamos por Epicurismo, Hedonismo, Educação, Arte, Televisão, Sexo, Música e Religião. Um debate que me fez pensar na busca pelo prazer do ser humano do século XXI: quando mais rápido ele vier, melhor; menos tempo perdemos, mais rápido iremos dormir e mesmo assim nunca estaremos descansados o bastante para desfrutar do nosso dia. Na crescente falta de tempo do cidadão paulistano, é difícil arrumar tempo para conversar com as pessoas, admirar uma paisagem ou até mesmo respirar aliviado. Sempre estamos cheios de tarefas, trabalhos, leituras obrigatórias e complementares, e até mesmo destinados a cumprir o expediente do emprego. Importante levantar novamente a questão da Amanda: “O que você faz no seu tempo livre?” Ou até melhor: “É VOCÊ quem faz o seu tempo livre?” Se sim, “você consegue aproveitá-lo do modo que queria?”
A busca pelo prazer não pode terminar numa satistação imediata e descartável, mas sim em uma meta eterna, na qual devemos implantar sempre um objetivo maior, e, conseqüentemente, um prazer durável e melhor aproveitado.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A Beleza e seus Pré Conceitos


Já dizia o poeta "As muito feias que me perdoem mas beleza é fundamental". Mas será mesmo? Será que o padrão ideal (que nunca é o mesmo de uma década a outra) existe? O que é ser belo? Quem define a beleza "mais bonita"?
Todas as sociedades sempre foram normatizads por padrões estéticos. A beleza (e seus padrões pré definidos) sempre foram fator de distinção social, porém, nunca como têm sido para o homem do século XXI.
A culpa recai sobre a mídia, que , segundo os cidadãos, manipula e influencia adultos, adolescentes e crianças. De fato, a mídia funciona como formadora de opinião, mas não se pode culpá-la, exclusivamente, pelas loucuras que as pessoas fazem em busca de uma beleza inatingível, uma vitalidade surreal, e mesmo, pela banalização da saúde(e que se leve em conta , anabolizantes, remédios, músculos, anorexia, bulimia e derivados).
O homem moderno não consegue ser Narciso, nunca se contenta com o reflexo que encontra no espelho. Os séculos de massacre social baseados na beleza são responsáveis por uma insegurança sem fim, onde agradar o próximo é mais importante do que se auto-aceitar. E o que era uma mania absolutamente feminina toma conta, cada vez mais, do universo masculino, visto os metrosexuais, muitas vezes mais vaidosos que as mulheres.
E onde fica a harmonia das formas? O diferencial de cada um,onde fica? Será que todos terão de ser "Barbies" pré-mildadas? Ao que parece sim. Ao menos até que uma grande discussão sobre a quebra de esteriótipos seja promovida (como a que está sendo veiculada pela marca Dove), a fim de que se mobilize a socieadade para que se preocupe com a beleza, desde que com inteligência, saúde e naturalidade. fazendo com que o homem aceite suas imperfeições e encontre a harmonia dentro delas.
Ou ainda nas palavras de Vinicius: "E em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda criação inumerável".

quarta-feira, 23 de maio de 2007

As múltiplas faces do bom humor

Na quinta-feira, 17 de maio, um dos quatro grupos de filosofia do 1º JOD apresentou seu segundo um mini seminário, apoiado na temática do bom humor. O assunto foi abordado por três ângulos distintos: o bom humor como comédia, como forma de cura e como bullying, ato de ridicularizar uma pessoa em público ou apelidá-la pejorativamente, fazendo chacotas.

Sobre a análise do bom humor como comédia, o grupo deu ênfase a três autores, caracteristicamente engajados. Trata-se
de Molière, autor de Tartufo; Gil Vicente, dramaturgo de O auto da barca do inferno e Charles Chaplin, que dispensa apresentações. O 1º JOD pôde, inclusive, assistir a um trecho de O ditador, um dos filmes protagonizados pelo mímico.

Já sob a perspectiva do bom humor como forma de cura, os alunos utilizaram como maior exemplo os Doutores da Alegria, grupo formado por “médicos palhaços” que levam seu bom humor a diversos hospitais, visando melhorar o estado dos pacientes. A sala foi bastante participativa e muitas pessoas falaram sobre suas experiências pessoais. Outro exemplo enfatizado nesse tópico do mini seminário foi o de Patch Adams, que inspirou até a produção de um filme.

O último ângulo abordado pelo grupo enfatizou o excesso do bom humor inoportuno, também chamado de bullying. Em muitos casos, quem é ridicularizado pode gerar problemas graves, até mesmo psicológicos, podendo se tornar pessoas agressivas e violentas. Como exemplo de bullying, o grupo projetou um trecho do filme Tiros em Columbine.

A temática do bom humor foi muito bem escolhida pelo grupo, pois desperta reflexão em todos os seus aspectos. A comédia dos dias de hoje, por exemplo, é cada vez mais distorcida pelos meios de comunicação, principalmente pela televisão, transformando-se em uma forma de expor mulheres, homens e palavras de maneira inadequada. O humor como forma de cura, tema do segundo tópico do mini seminário, seria muito mais eficiente se não tivesse que enfrentar tanta burocracia por parte dos médicos e hospitais. E, finalmente, o bullying poderia ser evitado se os seres humanos fossem menos etnocêntricos, preconceituosos e, em geral, mais tolerantes com as diferenças.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

O que você faz?

Esta segunda-feira assistimos à peça O Cavalo na Montanha. Antes de entrarmos na sala em que aconteceria o espetáculo, tivemos que preencher um questionário pequeno. Nele havia uma pergunta que pedia para que enumerássemos as atividades as quais nos prendemos quando estamos com tempo livre. Havia as seguintes opções: Internet, Rádio, TV, CD, Teatro, Cinema, Shows e Livros.

Segundo o organizador da pesquisa, o teatro quase sempre fica entre os últimos colocados na preferência dos alunos e a internet em primeiro. Gostaria de saber, portanto, como você utiliza o seu tempo livre? Não é necessário responder somete com as opções acima. Diga realmente o que você mais faz quando tem instantes para se divertir!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Outro


Quantas vezes você pegou uma foto sua junto a um grupo de pessoas e percebeu no meio dele um rosto desconhecido? Um "alguém" que não significa nada para você, mas que cruzou a sua trajetória de vida? E em quantas casas não estará seu rosto estampando fotos de desconhecidos para quem você é apenas uma imagem sem maiores significados? Quem é você diante dos olhos do mundo?

Eu não sou eu
Nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro

(Mário de Sá Carneiro)

Revisão de conceitos



A vinda do papa Bento XVI ao Brasil traz consigo uma série de debates com relação ao posicionamento da Igreja Católica em algumas questões polêmicas. Ao desembarcar em solo brasileiro, Bento XVI já tocou em um assunto muito delicado: o aborto.


A discussão sobre a legalização do aborto até o nono mês de gravidez já estava sendo discutida por aqui há algum tempo e ainda levará um bom tempo para chegarmos a um consenso, mas quando se fala em Igreja Católica, e nas “proibições” impostas a seus fiéis, vemos que o aborto é apenas das muitas práticas que o catolicismo condena.
A condenação do uso da camisinha ou de qualquer método contraceptivo é um outro ponto que a Igreja deveria rever. Independentemente de acreditar na fidelidade de seu parceiro, soa irresponsabilidade não utilizar meios que protegem os homens de doenças sexualmente transmissíveis.


Mesmo que uma pessoa tenha a intenção de se casar e manter relações apenas com seu cônjuge, um católico então não pode se apaixonar por um aidético? Ele não pode usar preservativo para se manter saudável?
Além disso, o uso da camisinha poderia evitar o sofrimento pelo qual passam crianças que são geradas sem que seus pais tenham condições de criá-las. A postura inflexível da Igreja Católica demonstra sua postura anacrônica, pois continua pregando as mesmas regras para novos problemas. Há alguns anos não existiam doenças como a AIDS, por exemplo.


É importante lembrar que um dos objetivos da vinda do papa ao Brasil é atrair fiéis jovens para o catolicismo. O mundo dos jovens de hoje é totalmente outro, as situações que enfrentam e as escolhas que a fazer são outras, enquanto isso, a Igreja Católica continua a mesma, perdendo cada vez mais fiéis.


Outro ponto que não pode ser esquecido é a condenação ao homossexualismo. Alguém realmente acredita que Deus não quer que as pessoas sejam felizes? Cada um busca a felicidade conforme lhe agrada e desde que não prejudique a vida do “próximo” tem o direito de viver da forma que escolher. Então um homossexual católico com uma postura de vida exemplar, devoto, que faz caridade e que tem muita fé na religião está condenado ao inferno apenas pelo fato de se relacionar com homens?


A intenção deste texto está longe de ser uma condenação à doutrina católica, muito menos encontrar soluções para os problemas apontados. Fica apenas um registro de questões que merecem uma reflexão. Afinal, será que o discurso do sacrifício em vida troca da paz divina ainda funciona?

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Filosofia?!?!?


Estávamos conversando (eu, Evandro, Luisa e outros membros do grupo) e levantamos a questão de que muitos não sabem definir o que é realmente filosofia, muito menos saber o que pode ser considerado um assunto como filosofia ou não. Resolvemos, então, criar esse post para discutir seu significado.

Na verdade, uma definição precisa do termo "filosofia" é impraticável. Tentar formulá-la poderia até gerar equívocos. Sabe-se que é uma palavra derivada do grego, philos - amor, amizade e sophia - sabedoria.
Pode-s
e afirmar que é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Portanto, em seu início, a Filosofia pode ser considerada como uma espécie de saber geral, omniabrangente. Um tal saber, hoje, haja vista os desenvolvimentos da ciência, é impossível de ser atingido pelo filósofo.

A filosofia originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. A partir dela, surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações que assolam o campo das idéias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. Desse modo, a partir da inquietação, o homem através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e exercita a razão.

Atualmente, pode-se dizer também que filosofia é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental.

Didaticamente, a Filosofia divide-se em:
Lógica: trata da preservação, da verdade e dos modos de se evitar a inferência e raciocínio inválidos.
Metafísica ou ontologia: trata da realidade, do ser e do nada.
Epistemologia ou teoria do conhecimento: trata da crença da justificação e do conhecimento.
Ética: trata do certo e do errado, do bem e do mal.
Filosofia da Arte ou Estética: trata do belo.

Em suma, a filosofia consiste no estudo das características mais gerais e abstratas do mundo e das categorias com que pensamos: mente (pensar), matéria (o que sensibiliza noções como quente ou frio sobre o realismo), razão (lógica), demonstração e verdade.

Fontes: Prof. Dr. Delamar José Volpato Dutra [UFSC/CNPq], Wikipédia e Ewing, A. C. (1984):
As Questões Fundamentais da Filosofia, Rio de Janeiro: Zahar
Obs: a imagem é somente uma brincadeirinha... hehehe =]

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Primeiro seminário - Apologia de Sócrates





“A Filosofia é o caminho para a verdadeira felicidade e cujos misteres são dois : Contemplar a Deus e abstrair a alma do sentido corpóreo”.

( Sócrates )



Foi apresentado, na última quinta-feira, pelo grupo Douta Ignorância, o primeiro seminário de filosofia do ano. O grupo baseou-se no livro "Apologia de Sócrates" para fazer a apresentação.

Foram abordados vários apectos interessantes da vida do filósofo, desde a época em que ele viveu - Século de Péricles - até o seu julgamento, do qual saiu condenado.

Passou-se pela criação do conceito de maiêutica, que é o momento do "parto" intelectual da procura da verdade no interior do Homem. A auto-reflexão. Sócretes aplicou-a para questionar os supostos "detentores do conhecimento" - os nobres - os quais se diziam mais sábios que o resto do povo. Sócrates, então, questionava-os e eles nada sabiam responder.

Foi contada a história de quando Sócrates consultou o oráculo de Delfos e descobriu que era o homem mais sábio de sua época. Porém, o filósofo não concordou com esta afirmação e procurou pessoas que ele julgava serem sábias (políticos, poetas, artesãos) e chegou à conclusão de que ninguém o era realmente.

Por fim, contou-se a respeito do julgamento de Sócrates, que fez a sua defesa em forma de perguntas para Meleto - acusador - que não tinha respostas e , se as tivesse, Sócrates já as previa. Após a condenação, Sócrates pôde escolher sua pena, porém não aceitaram o que ele, ironicamente, propôs: fazer refeições onde os vencedores das Olímpiadas faziam. Então, ele preferiu ser condenado à morte a parar de filosofar.

Foi feita uma analogia entre Sócrates e Martin Luther King, o qual defendia que os negros não deveriam acatar a tudo o que quisessem os brancos, ou seja, ele defendia a igualdade entre os seres humanos. Sócrates, por sua vez, pediu para que as pessoas fizessem justiça, não deixando que a soberba e o dinheiro prevalecessem no mundo.

Para completar a apresentação, foram passados slides de alguns julgamentos relevantes da História e, tabém, fotos de pessoas marcantes no cenário brasileiro e mundial.

O seminário, em seu todo, foi muito bom. Percebeu-se que o grupo empenhou-se bastante, o que implicou um resultado positivo. Aprendeu-se bastante sobre Sócrates com esta apresentação.

Por trás das câmeras

“Nossa sociedade não é de espetáculos, mas de vigilância”
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir



Espiar, ver, olhar, espreitar, vasculhar, vigiar, [re]conhecer são termos que expressam a natural curiosidade humana. A vontade de burlar o privado, superar os muros, abrir as portas, escancarar as janelas nos acompanha. Faz parte há muito de nosso imaginário saber como é a vida do vizinho, afinal, viver, por exemplo, em apartamento nos delimita certas intimidades: prédios próximos, janelas frente a frente, paredes que separam as residências, portas de entrada que se encontram, elevador e corredores comuns. O voyerismo é natural do ser humano.

Concorrendo para essa vontade de olhar, temos a possibilidade de ver oferecida pelas câmeras de segurança, internas ou não, olho-mágico, interfones que, usados para manter a segurança, servem também para anonimamente vigiar sem ser visto, invadindo o território alheio. A lente de vigilância inevitavelmente transcende a proteção/preservação do privado, monitora todo o espaço que seu olhar atinge e esse olho indiscreto pode inibir quem por ele passar, visto que o olhar perturbador da câmera pode alterar o comportamento de quem sabe que pode estar sendo visto, como propôs Foucault através da estrutura do Panóptico.

Não preciso lembrar que estamos em um mundo pós-moderno, próprio do fragmento, da difusão de tecnologias, da explosão de informações, da velocidade cada vez mais giga poderosa, da necessidade [quase obrigatória] de percorrer muitos campos quase que ao mesmo tempo. Eis o que encontramos à nossa volta. Nesse novo tempo, estamos sendo, gradativamente, estimulados e acostumados com a perda da intimidade e, de algum modo, da subjetividade também. Um exemplo marcante são os programas de reality show, como o Big Brother, que foi o tema abordado pelo grupo "A cabeça bem feita" no mini-seminário apresentado no dia 5 de Abril.



O termo Big Brother (Grande Irmão) é referência ao livro “1984”, de George Orwell. Mas o reality show "Big Brother" consiste em um monitoramento de pessoas confinadas numa casa 24 horas por dia, com posterior exposição pública de suas intimidades. Um programa composto em sua estrutura por um número X de participantes e que durante algum período disputam não apenas o prêmio final, mas também a simpatia do telespectador. Os programas permitem ao espectador analisar/avaliar a partir de várias câmeras o comportamento do participante no jogo. O grupo traçou um paralelo com a alegoria do panóptico, usada por Foucault (1926-1984) em seu livro Vigiar e Punir, de 1975. Essa alegoria explicita um modelo de prisão circular de celas individuais, dividas por paredes e com a parte frontal exposta à observação do vigia por uma torre do alto, no centro, de de maneira que o vigia poderia observar-lhes e eles não o saberem.Como a invasão é consciente tanto para quem vê quanto para quem é visto, os participantes acabam vestindo uma máscara, assumindo uma postura divergente da própria. São atores sociais: incorporam um estilo de vida e atuam durante o programa. Não há como pensar que os participantes agem naturalmente durante o confinamento. Eles têm consciência da não-privacidade a que se sujeitaram, pretendem ganhar o prêmio maior do programa. Para isso, precisam convencer de alguma forma quem os assiste, adquirir simpatia para que não sejam eliminados e possam continuar na competição. Mas um fator está a favor de todos os competidores: eles têm um público que gosta de assisti-los e eles de serem vistos.

"Infelizmente a audiência se prende muito a esses programas que exploram o que o ser humano tem de mais pobre. Explora o sentido e as sensações que aproximam muito o ser humano do ambiente natural, onde ele mais se nivela aos animais” - defende Laurindo Leal Filho (sociólogo e jornalista, publicou “A Melhor TV do Mundo, o modelo britânico de televisão” entre outros), em mais uma entrevista onde não faltam críticas à pobreza de conteúdo da televisão brasileira - que quase sempre nivela por baixo seus programas de democráticas sensações facilmente inteligíveis.



Do anonimato para a fama instantânea. Durante o período de duração do programa Fulano de Tal se torna tão conhecido, amado, idolatrado, odiado. Conhecemos seus dramas, medos, desejos, sua família, sua vida é vasculhada. Quem pertencia à multidão passa a uma seleta classe de pessoas cujas vidas são acompanhadas por milhões de telespectadores. Os 15 minutos de fama se expandem para algumas semanas. O jogador, se conseguir cativar público permanecerá ainda ascendente na mídia, mesmo depois do término do programa.
Esse olhar "Big Brother" ao qual o público está se habituand, demonstra ter sido captado pelo cinema, como prova o sucesso de películas do estilo de Invasão de Privacidade (1993), O show de Truman (1998) e Violação de privacidade (2004). O que estes filmes têm em comum é retratar a arte do voyeurismo, o prazer sentido em ver o que é privado, o que não é exposto a todos. Afinal, somos outros quando estamos sozinhos, nos despimos de formalidades, ficamos, em certa medida, mais à vontade.

O cidadão precisa de um espelho que diga o que é a sociedade, a vida, porque a identidade é reativa: constrói-se a partir da negação do diferente. A vontade de conhecer e observar o íntimo do outro é a vontade de conhecer a si mesmo. O Big Brother consegue suprir todas essas carências: é um mundinho, um simulacro, onde os seres sobrevivem à sua maneira; há as intrigas, o romancezinho, o amavelmente empático e amigo, o sujeito inescrupuloso (ele será didaticamente eliminado, “é feio”. E se ganha, entram em discussão em rodas filosóficas por todo o país, a perversão moral e cívica dos brasileiros...). Sim, nos ensinam o que é viver. Por mais que a idéia não seja agradável - e novamente retificamos o fator “além-bb7”. É o efeito espelho inverso: mostra-se a imagem, imediatamente o concreto se materializa do outro lado, esse real.

Finalmente, poderia apontar para os episódios de reality shows, a presença de câmeras de monitoramento dentro e fora de ambientes privados e públicos e o enfoque dado à vigilância através de expoentes da literatura e do cinema, como mostras de um imaginário em ascensão. Um imaginário que se consolidou de uma maneira impensável nos últimos cinqüenta anos, e que encontrou nas últimas décadas um público cada vez mais ávido por imagens e informações capazes de revelar o outro em sua intimidade. Quem sabe, a ênfase nesse imaginário revele algo além do que a simples curiosidade pela vida alheia. Talvez, seja o indício de uma vingança pessoal: a sociedade que tem sua própria privacidade cada vez mais exposta, exige como troca o olhar e a história do outro. Afinal, sorria: você está sendo filmado.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Eternidades da Semana

"Em um dos vídeos, divulgado pela NBC nesta quarta-feira, o atirador diz que lhe deixaram 'apenas uma opção'. 'Havia centenas de bilhões de opções e maneiras para evitar o que aconteceu hoje', afirma Cho Seung-Hui, que enviou a correspondência de Blacksburg, onde fica a Universidade Virginia Tech. 'Mas vocês decidiram derramar meu sangue. Vocês me encurralaram e me deixaram apenas uma opção. Agora têm suas mãos manchadas de sangue para o resto de suas vidas'."
Correio Web, 18/04



Massacre na Virgínia. Mais um entre tantos.

Cada vez mais a cultura “übercapitalista” – especialmente nos EUA, onde há a claríssima divisão entre nativos e migrantes, vencedores e perdedores, a pátria-mãe dos programas estilo “TV-Crime”, vai se perpetuando a cultura de medo, ódio e segregação.
Some-se isso à extrema facilidade para se comprar uma arma de fogo e voilá: o cenário perfeito para um desajustado mental fazer sua chacina.
Professores e colegas disseram que se sentiam incomodados com o jeito “esquisito” do rapaz e seus textos “violentos” nas aulas. Mas ninguém fez nada, não houve quem se importasse com ele, nenhuma pessoa foi lhe perguntar se havia algo de errado.

Os sinais nunca são vistos nem ouvidos, tampouco sentidos.

Resta agora buscar as razões, ficar se perguntando como era a vida de um solitário migrante coreano de família muito pobre, num país predisposto à segregação.
Tanto lá como aqui, não há pensamento sem anacronismo, não há discussões além dos telejornais da referente semana. Enquanto estaremos, daqui dez ou vinte anos, discutindo o João Hélio da vez, eles estarão com seus Columbines e suas Virgínias.

E nunca entenderemos nada.

sábado, 14 de abril de 2007

Entre o Real e o Virtual


" - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."- Criar laços?- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
[“O pequeno príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry]



Antes de falarmos sobre a apresentação do Grupo 4 , dia 12 de abril sobre o Big Brother Brasil e o ato de vigiar, gostaria de voltar ao do Grupo 3 ,dia 05 de abril , cujo tema abordado foi a fragilidade das relações humanas no contexto atual .

O grupo abordou o tema usando uma metodologia bem interessante . Usou artifícios que podiam completar e fortalecer essa “pauta quente” que são os relacionamentos virtuais . Mostraram uma cena do filme “Closer” que mostra a ilusão que a Internet pode causar .Um dos protagonistas acredita estar conhecendo uma mulher quando na verdade está conversando com um homem . O filme todo , aliás , retrata relacionamentos que duram frações de segundos , que são absolutamente mutáveis .
Falaram ainda sobre o livro (já citado neste blog) “Amor Líquido” de Zygmunt Bauman , que explora de maneira singular a fragilidade dos laços humanos . No final do prefácio , Bauman avisa "Este livro é dedicado aos riscos e ansiedades de se viver junto, e separada, em nosso líquido mundo moderno". E citaram trechos de outra famosa obra "O pequeno príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry.

A questão é que o mundo atual é marcado pela velocidade , pela superficialidade das relações . Vivemos um mundo prático onde a prática do afeto cuidadosamente construído, uma relação com bases sólidas, tornou-se artigo de luxo . O ser humano diz que seu tempo é gasto com trabalho , com família , com prazeres cada vez mais fugazes e portanto não pode ter o devido cuidado às pessoas que conhecem . Hoje os sites de relacionamento estão com seus arquivos cada vez mais lotados de pessoas procurando um par perfeito , a alma gêmea da sua , e esquecem da antiga “Cartilha da Vovó” , onde o dia a dia , as mostras diárias eram as provas de que se precisava para termos certeza da pessoa com quem “viveríamos felizes para sempre” (Vide o Site “Par Perfeito" , disparadamente o site que mais recebe cadastros na Internet).

A psicóloga Paula Dely , fala um pouco sobre “A magia dos relacionamentos virtuais” no site “Aprende Brasil” :
“Os tempos mudaram. Há alguns anos, as amizades — ou algo mais — começavam quando as pessoas se encontravam (fosse do jeito que fosse), conheciam-se e achavam que tinham algo a ver. Mesmo que a amizade se desenvolvesse por telefone ou por carta, o mínimo que poderia esperar é que as pessoas se conhecessem ao vivo. Namoro com um desconhecido? Isso era considerado “loucura” ou um tipo de romantismo completamente fora de moda. Eis, então, que surge a Internet e tudo isso parece virar de cabeça para baixo (...) . Parece até que há um encanto especial em conhecer pessoas sem conhecê-las de fato. E há. Talvez a magia esteja em poder se mostrar ao outro não do jeito que se é, mas como gostaria de ser. Pela rede, é possível ser bonito, desinibido, engraçado, conquistador ou qualquer outra coisa que se queira. Tudo isso com um risco mínimo, já que a pessoa do outro computador não tem a menor idéia de com quem está conversando.(...) Apesar disso, conhecer pessoas pela Internet pode ser uma experiência muito interessante, principalmente se você tomar algumas precauções: - O óbvio: não acredite em tudo o que as pessoas dizem nos chats. Muita gente fica encantada com belos discursos ou promessas de paixões devastadoras sem jamais ter colocado os olhos no(a) autor(a) das palavras. Isso aumenta o risco de desilusões e de problemas futuros. Um pé atrás não faz mal a ninguém. - Não dê informações detalhadas sobre você na rede, como endereço, telefone ou particularidades sobre sua rotina para pessoas que não conhece. Há vários casos documentados de pessoas que entram em salas de bate-papo para saber informações a respeito de pessoas por motivos nada amistosos (seqüestradores ou pessoas que costumam abusar sexualmente de crianças e adolescentes). - Não troque os seus relacionamentos reais pelos virtuais. Analise se você não passa mais tempo conversando com desconhecidos na Internet do que com as pessoas com quem convive. Se isso estiver acontecendo, é o momento para parar e pensar sobre o porquê dessa preferência. Um relacionamento virtual pode ser incrível, mas ele não deve substituir a realidade. Talvez o que torne os relacionamentos virtuais realmente mágicos seja exatamente a possibilidade de eles virarem relacionamentos reais, pois só o convívio pode proporcionar algumas surpresas. Ou você já ouviu falar em “paixão à primeira teclada”?”

Certo ou errado não podemos julgar . Real ou virtual o que não se pode perder de vista é que conhecer a fundo às pessoas com as quais nos relacionamos é extremamente importante. Muitos se casam com quem conhecem pela Internet . Outras conhecem aqueles que mais tarde serão seus algozes. O fato é que voltando a “Cartilha da Vovó” , prudência nunca fez mal à ninguém . Não se deve privar de um meio como a Internet , mesmo porque o mundo hoje é realmente prático e segue o que a “rede” manda, mas estabelecer laços fortes e intensos ainda é algo valioso . Absolutamente essencial , ainda que virtual .

terça-feira, 10 de abril de 2007

Laços Humanos


Eu não estive presente no último mini-seminário do dia 5, mas, pelos comentários que ouvi, parece que foi uma apresentação muito interessante. Parabéns pela idéia do grupo! Queria aproveitar e colocar aqui o livro citado por eles, Amor Líquido, de Zygmunt Bauman e uma sipnose que eu encontrei no site http://www.zahar.com.br/.



Amor Líquido
Sobre a fragilidade dos laços humanos

A modernidade líquida – um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível – em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido. Zygmunt Bauman, um dos mais originais e perspicazes sociólogos em atividade, investiga nesse livro de que forma nossas relações tornam-se cada vez mais “flexíveis”, gerando níveis de insegurança sempre maiores. A prioridade a relacionamentos em “redes”, as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade – e freqüentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual –, faz com que não saibamos mais manter laços a longo prazo. Mais que uma mera e triste constatação, esse livro é um alerta: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a nossa capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Como exemplo, o autor examina a crise na atual política imigratória de diversos países da União Européia e a forma como a sociedade tende a creditar seus medos, sempre crescentes, a estrangeiros e refugiados. Com sua usual percepção fina e apurada, Bauman busca esclarecer, registrar e apreender de que forma o homem sem vínculos — figura central dos tempos modernos — se conecta.

Letícia Almeida

quinta-feira, 5 de abril de 2007

terça-feira, 3 de abril de 2007

Breve descrição da história dos EUA:



Complementando o mini-seminário apresentado na última quinta-feira, gostaria de fazer uma reflexão em torno dessa animação. Ela está presente no documentário Tiros em Columbine, de Michael Moore. É bem exagerada na verdade, assim como os outros documentários do cineasta, mas o que eu quero não é analisar se ela está totalmente correta ou não. O que me chamou a atenção nessa animação é que, tirando os exageros, explica um pouco o porquê do "discurso do medo" funcionar muitas vezes com os americanos.

Eu queria trazer essa história para o Brasil. No mini-seminário foi dito que existem pessoas que se preocupam tanto em criticar o Bush e os Estados Unidos que esquecem de olhar para nosso país e para os problemas que temos aqui. Então parei para pensar como seria uma breve descrição igual a essa, mas sobre a história do Brasil. Dá para imaginar? Se fizéssemos um tour, passando pela chegada dos portugueses, pela monarquia, república, ditadura, enfim, por todos os momentos que nosso país já passou, seria algo muito diferente disso? Desse medo, escravidão, domínio, matança, busca pelo conforto etc? Não estou afirmando nada, só estou pensando mesmo...

O que vocês acham?

Letícia Almeida

quinta-feira, 29 de março de 2007

O Senhor das Moscas

"Uma sutil análise da psicologia infanto-juvenil e com uma profunda, mas desolada, reflexão sobre os fundamentos antropológicos da violência e da ânsia de poder.”

"The Lord of the Flies", escrito pelo inglês William Golding, é um livro de alegoria de grande sucesso e leitura obrigatória em muitas escolas. Publicado em 1954, geralmente é lembrado como um clássico da literatura inglesa do pós-guerra, ao lado de A Revolução dos Bichos e O Apanhador no Campo de Centeio.

Muitas pessoas têm apontado inúmeras semelhanças entre O Senhor das Moscas e a série de televisão Lost. A banda de heavy metal, Iron Maiden, compôs uma música sobre o livro. A música "Lord of The Flies " pode ser encontrada no disco The X Factor (1995) e também foi lançada como single.

O título "O Senhor das Moscas" faz uma referência a Belzebu, um sinônimo do Diabo. Para quem ainda não leu, uma rápida sinopse do livro:
Um grupo de pequenos cadetes militares ficam sozinhos em uma ilha deserta, após um acidente de avião em alto mar. Com o passar do tempo, percebendo que a hipótese de serem socorridos logo era pouco provável, os meninos começam a se organizar a fim de combater o medo e o desespero. A diferença de cada um em encarar essa busca pela sobrevivência causa sérios conflitos e divisões.

Há muitas análises em torno do livro. Muitos interpretam como um trabalho de filosofia moral, fazendo comparações entre a ilha e o Jardim do Éden.

O mais interessante na história, na minha opinião, é observar como cada um reage em um ambiente onde não há as regras e normas da civilização, nem adultos para estabelecerem essas normas. Num ambiente assim, em meio a uma selva cheia de mistérios e perigos, é muito fácil a força instintiva vir à tona. Com isso, o comportamento civilizado e baseado na razão do homem é tomado pelo instinto selvagem e pela “lei do mais forte”. É o caso de Jack, que ficou cruel e passou a tentar controlar todos na ilha.

Do outro lado, há Ralph, uma vez que ele é o líder por escolha da maioria e tenta tomar as decisões que sejam melhores para todos. Pode-se relacionar a Ralph a democracia, o governo, a ordem e a responsabilidade. A Jack, pode-se relacionar a barbárie e o lado negro da humanidade. Muitos consideram que ele representa o facismo.

Essa é uma das muitas interpretações e análises possíveis de se tirar do livro. Vale a pena conferir também o filme baseado na trama. Há duas versões, uma lançada em 1963, considerada fiel ao livro, e outra lançada em 1990, que difere em partes do original.

Letícia Almeida

Ex-sistere

"Quanto mais penso, menos sou".
Kierkegaard

Como não concordar que a verdade é a subjetividade? Mas não no sentido vulgar; não se trata de um relativismo barato ao nível das preferências e dos gostos. A questão aqui é que se pode abstrair-se de tudo: do céu, do inferno, das situações e das pessoas, mas impossível abstrair-se de si. Estamos sempre presentes, diante de nós mesmos, ainda que fora de nós. Eis o que é a existência: é ex-sistere, estarmos fora de nós. Aqui aparece então o primeiro grande paradoxo: como se está sempre presente, sempre perante si mesmo com toda a força do corpo e do intelecto, sendo-se abertura e um inerente fora de si?

Aline Marcelino

quarta-feira, 21 de março de 2007

"O Olho do Tigre"

"Imagine um homem... Um homem livre, mas ainda assim preso à sua alma, lutando por sua honra, vivendo de forma intensa suas oportunidades. Nada pode impedi-lo, é uma fera solta em meio à selva... É o olho do tigre!”

Primeiramente, deve ser dito que “O Olho do Tigre” é mais amplo do que qualquer um pode imaginar. É mais que uma pedra, é mais que uma música e também é maior que apenas um filme ou personagem: é um estado de espírito!

A música, no geral, é o alimento da alma, nos dá sensações incríveis, nos faz viajar sem mover o corpo e leva o que temos nele para os lugares mais magníficos possíveis. Não é por acaso que uma música nos inspirou como tema. Há nela a mais perfeita explicação do sentimento de ser livre e de lutar por nossos ideais, a liberdade de pensamento! Pensar é a essência da vida, o que nos guia em todos os segundos de nossa existência; lutar, acreditar no que pensamos viver para que esses pensamentos vivam na eternidade.

Atingir a glória, estar no topo... Será esse o significado do "Olho do Tigre"? Será possível afirmar onde está a glória? Em um troféu, em um cheque ou apenas em terminar o que quer fazer, seja o que for e em qual intensidade ocorrer, de pé? A honra não é a glória, é ir até o fim, suportar obstáculos, ter uma chance e fazer dela o maior monumento de sua vida. Pode não ser transformar tudo em um ato glorioso, mas lá no fundo seu espírito estará vibrante e sua honra atingirá o topo... Ah sim, você pode compreender isso? Você já sentiu como se fosse o maior do mundo por algo relativamente simples? Seu corpo não podia se conter, sua alma estava em alfa, e você não entendia o porquê?

Sim... Você pode entender agora, VOCÊ é este homem! Você está livre, você é a fera solta em meio à uma selva aterrorizante onde está acudido pelo medos em todas as direções, sofre por pensar que pode não conseguir, chora ao estar sozinho pensando encarar a batalha sem ninguém ao seu lado, mas mesmo assim continua lutando, e invade a selva em busca da glória, não a glória dos meros mortais, mas sim a que está dentro de você ! Tudo está contra, mas você continua lutando e seus pensamentos loucos viajam para onde está o paraíso, e de repente o paraíso aparece em sua frente. Ele estava perdido em sua mente e surge quando menos você pode esperar. Aí está sua chance, e ali ainda está você, lutando...

Tocam os sinos, acendem-se as luzes, abrem-se as cortinas... E você está de pé, está no topo, atingiu a glória... Sim, agora você sabe o que é o “Olho do Tigre”!