quarta-feira, 23 de maio de 2007

As múltiplas faces do bom humor

Na quinta-feira, 17 de maio, um dos quatro grupos de filosofia do 1º JOD apresentou seu segundo um mini seminário, apoiado na temática do bom humor. O assunto foi abordado por três ângulos distintos: o bom humor como comédia, como forma de cura e como bullying, ato de ridicularizar uma pessoa em público ou apelidá-la pejorativamente, fazendo chacotas.

Sobre a análise do bom humor como comédia, o grupo deu ênfase a três autores, caracteristicamente engajados. Trata-se
de Molière, autor de Tartufo; Gil Vicente, dramaturgo de O auto da barca do inferno e Charles Chaplin, que dispensa apresentações. O 1º JOD pôde, inclusive, assistir a um trecho de O ditador, um dos filmes protagonizados pelo mímico.

Já sob a perspectiva do bom humor como forma de cura, os alunos utilizaram como maior exemplo os Doutores da Alegria, grupo formado por “médicos palhaços” que levam seu bom humor a diversos hospitais, visando melhorar o estado dos pacientes. A sala foi bastante participativa e muitas pessoas falaram sobre suas experiências pessoais. Outro exemplo enfatizado nesse tópico do mini seminário foi o de Patch Adams, que inspirou até a produção de um filme.

O último ângulo abordado pelo grupo enfatizou o excesso do bom humor inoportuno, também chamado de bullying. Em muitos casos, quem é ridicularizado pode gerar problemas graves, até mesmo psicológicos, podendo se tornar pessoas agressivas e violentas. Como exemplo de bullying, o grupo projetou um trecho do filme Tiros em Columbine.

A temática do bom humor foi muito bem escolhida pelo grupo, pois desperta reflexão em todos os seus aspectos. A comédia dos dias de hoje, por exemplo, é cada vez mais distorcida pelos meios de comunicação, principalmente pela televisão, transformando-se em uma forma de expor mulheres, homens e palavras de maneira inadequada. O humor como forma de cura, tema do segundo tópico do mini seminário, seria muito mais eficiente se não tivesse que enfrentar tanta burocracia por parte dos médicos e hospitais. E, finalmente, o bullying poderia ser evitado se os seres humanos fossem menos etnocêntricos, preconceituosos e, em geral, mais tolerantes com as diferenças.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

O que você faz?

Esta segunda-feira assistimos à peça O Cavalo na Montanha. Antes de entrarmos na sala em que aconteceria o espetáculo, tivemos que preencher um questionário pequeno. Nele havia uma pergunta que pedia para que enumerássemos as atividades as quais nos prendemos quando estamos com tempo livre. Havia as seguintes opções: Internet, Rádio, TV, CD, Teatro, Cinema, Shows e Livros.

Segundo o organizador da pesquisa, o teatro quase sempre fica entre os últimos colocados na preferência dos alunos e a internet em primeiro. Gostaria de saber, portanto, como você utiliza o seu tempo livre? Não é necessário responder somete com as opções acima. Diga realmente o que você mais faz quando tem instantes para se divertir!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Outro


Quantas vezes você pegou uma foto sua junto a um grupo de pessoas e percebeu no meio dele um rosto desconhecido? Um "alguém" que não significa nada para você, mas que cruzou a sua trajetória de vida? E em quantas casas não estará seu rosto estampando fotos de desconhecidos para quem você é apenas uma imagem sem maiores significados? Quem é você diante dos olhos do mundo?

Eu não sou eu
Nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro

(Mário de Sá Carneiro)

Revisão de conceitos



A vinda do papa Bento XVI ao Brasil traz consigo uma série de debates com relação ao posicionamento da Igreja Católica em algumas questões polêmicas. Ao desembarcar em solo brasileiro, Bento XVI já tocou em um assunto muito delicado: o aborto.


A discussão sobre a legalização do aborto até o nono mês de gravidez já estava sendo discutida por aqui há algum tempo e ainda levará um bom tempo para chegarmos a um consenso, mas quando se fala em Igreja Católica, e nas “proibições” impostas a seus fiéis, vemos que o aborto é apenas das muitas práticas que o catolicismo condena.
A condenação do uso da camisinha ou de qualquer método contraceptivo é um outro ponto que a Igreja deveria rever. Independentemente de acreditar na fidelidade de seu parceiro, soa irresponsabilidade não utilizar meios que protegem os homens de doenças sexualmente transmissíveis.


Mesmo que uma pessoa tenha a intenção de se casar e manter relações apenas com seu cônjuge, um católico então não pode se apaixonar por um aidético? Ele não pode usar preservativo para se manter saudável?
Além disso, o uso da camisinha poderia evitar o sofrimento pelo qual passam crianças que são geradas sem que seus pais tenham condições de criá-las. A postura inflexível da Igreja Católica demonstra sua postura anacrônica, pois continua pregando as mesmas regras para novos problemas. Há alguns anos não existiam doenças como a AIDS, por exemplo.


É importante lembrar que um dos objetivos da vinda do papa ao Brasil é atrair fiéis jovens para o catolicismo. O mundo dos jovens de hoje é totalmente outro, as situações que enfrentam e as escolhas que a fazer são outras, enquanto isso, a Igreja Católica continua a mesma, perdendo cada vez mais fiéis.


Outro ponto que não pode ser esquecido é a condenação ao homossexualismo. Alguém realmente acredita que Deus não quer que as pessoas sejam felizes? Cada um busca a felicidade conforme lhe agrada e desde que não prejudique a vida do “próximo” tem o direito de viver da forma que escolher. Então um homossexual católico com uma postura de vida exemplar, devoto, que faz caridade e que tem muita fé na religião está condenado ao inferno apenas pelo fato de se relacionar com homens?


A intenção deste texto está longe de ser uma condenação à doutrina católica, muito menos encontrar soluções para os problemas apontados. Fica apenas um registro de questões que merecem uma reflexão. Afinal, será que o discurso do sacrifício em vida troca da paz divina ainda funciona?